quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sobre a síndrome da eterna insatisfação

Eu me lembro de na escola e na faculdade, na aula de filosofia, ter estudado sobre a busca eterna da felicidade e as consequências humanas para esta procura infinita pelo bem estar físico e mental. Lembro também, inclusive, de ter até dado meus pitacos sobre isso, ainda bem leiga no assunto.
Mas depois de 27 anos nessa busca incessante e conversando com amigos meus na mesma faixa etária, vejo que está cada vez mais avançada esta síndrome da insatisfãção eterna.
Antigamente, eu não via as pessoas reclamando tanto de suas vidas, fazendo contagens de 24 em 24 horas. Eu via pessoas normais, reclamando das coisas de vez em quando e só.
Hoje em dia, todo mundo é jovem durante um período maior de tempo, todo mundo tem muito mais dúvidas sobre suas profissões e todo mundo queria ser rico pra não precisar trabalhar.
Mas e aí? Se todo mundo conseguisse alcançar o que almeja em segundos, como um toque da varinha de alguma fada madrinha mágica, seria muito mais feliz ou muito mais feliz?
Afinal, o que faz cada um estar de bem consigo mesmo, com suas conquistas e suas vidas?
Outro dia escutei da minah estagiária, que se trabalhar fosse ruim mesmo, ninguém passaria 30-35 anos da sua vida trabalhando.
Mas e quando a insatisfação é com alguma parte do corpo? Com um membro da família que voce queria deserdar se possível?
São tantas questões que envolvem o ser humando hoje em dia, que fica difícil tomar um único pó de pirlimpimpim para dissolver toda a angústia existencial que carregamos.
Será que na época que a Xuxa descia da nave, éramos todos mais felizes e satisfeitos?

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