terça-feira, 12 de agosto de 2014

Diário de bordo - Cuba - Dia 02 parte 02

Capitólio
      Ficamos um bom tempo na Fábrica de Charutos e depois de caminharmos pelas proximidades do Capitólio, já estava na hora de almoçarmos. Peguei a dica desse restaurante em um dos muitos roteiros que li sobre Havana e falei que era um dos poucos lugares que eu fazia questão de irmos. Los Nardos fica situado na Paseo de Marti, do outro lado do Capitólio. Quando chegamos, já havia uma filinha na porta e ficamos aproximadamente uns 30 minutos até entrar. Confesso que fiquei apreensiva, pois a área externa dele é horrível e com um cheiro de mofo desses sebos do Centro do Rio de Janeiro. Mas como tudo em Havana, não se deixe levar pela imagem externa das coisas. O restaurante é excelente! Não só a comida (pedi um peixe recheado de camarão e era enorme), o atendimento e o preço são excepcionais!





   
Peixe recheado com camarões em Los Nardos
 De barriga cheia e felizes, continuamos percorrendo as ruas de Havana. Passamos pela Fuente de las Indias, uma fonte sem mármore bem bonita, mas que não faria muita diferença em nosso dia se não tivéssemos visto. Mas como Havana Vieja é pequena e é tudo muito perto de tudo, passamos pela Fonte enquanto voltávamos para o hotel para guardarmos as compras e descansarmos antes da outra etapa do dia. Como fomos em maio, os dias estavam muito quentes e andar pra lá e pra cá parece ser mais cansativo. Ao mesmo tempo, à tardinha havia uma pancada de chuva que durava uns 10 minutos, que era perfeito para recompor o astral.


Fuente de Las Indias

      Pedimos um taxi no hotel e fomos até um galpão no cais de Havana que funciona como um centro de artesanato local. Ficamos loucos! Eram tantas opções e tanta gente chamando a gente, que acaba sendo um pouco cansativo. Existem muitas barracas de artesanato em madeira, bonés e camisetas e também de pintura. Eles vendiam umas caixas de madeira lindas para guardar os charutos em casa. É um ótimo lugar para se comprar suvenir para presentear quem ficou no Brasil. Vale observar que fora dali, não se encontra muitas opções de presentes, além de charutos e run.

Artesanato local



      Com nossas comprinhas na mão, fomos caminhando do outro lado de Havana Vieja, uma região que parecia revitalizada pelo governo, uma área mais bonita para os olhos dos turistas. Como pegamos aquela chuvinha no caminho, resolvemos entrar em um bar e tomamos uma cerveja. Nesse bar vi uma das cenas que me acompanhou ao longo da viagem e me toca até hoje. Na mesa ao lado tinha um casal de idosos que pareciam americanos com uma jovem cubana, que parecia ser a guia turística deles. Ela ficava calada enquanto eles conversavam, não interagia muito com eles, parecia constrangida com a situação. O casal de idosos foi embora do bar e deixou a jovem comendo um sanduíche e tomando um refresco sozinha, provavelmente era parte do pagamento dela. Nem sei dizer porque carrego essa imagem até hoje, se ao longo da viagem vimos imagens muito mais tocantes, mas o rosto dela, meio que se escondendo, foi uma coisa muito forte.

      Dessa região, fomos caminhando novamente, passando pela área de comércio de Havana Vieja até chegarmos em nosso hotel novamente. Durante o percurso, oferecemos alguns sabonetes e algumas canetas para os pedintes e alguns agradeciam muito, enquanto outros queriam mesmo dinheiro. Até o hotel, a gente deve ter percorrido quase 10 km, mas que valeram muito a pena, pois caminhávamos sem compromisso, parando para fotos e admirando a paisagem.

Região de Havana Velha

      A hora do jantar já estava chegando e emendamos a caminhada até um restaurante chinês do Barrio Chino. O problema é que tínhamos a localização no mapa, mas as ruas eram muito confusas e nos perdemos duas vezes, inclusive passando na frente do próprio restaurante. Agora, vale lembrar a máxima: não julgue pela área externa. Quando finalmente conseguimos encontrar o restaurante, ficamos na dúvida se entrávamos ou não. Mas é aquilo: tá na chuva... E entramos. Que lugar incrível! Ficava em um segundo andar e estava bem vazio. Uma comida maravilhosa, mega bem servida e o preço muito bom. Sobrou tanto do meu prato, que decidi levar para o hotel e jantar no dia seguinte. Voltamos para o hotel para nosso sono de embelezamento. Apesar da iluminação das ruas ser um pouco escura, muitas pessoas da vizinhança fica na porta conversando como um antigo bairro do subúrbio.